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6
Outubro 2005 Face ao
elevado nível da campanha autárquica, à forte motivação
das populações e à compustura dos debates entre
candidatos, desenvolvi, num momento de puro devaneio intelectual uma
teoria arrevesada e original (que mais não se trata que uma sátira
a todo este folclore). Defini a teoria como "O voto como produto
de consumo". Depois de ter sido um privilégio, uma farsa,
uma arma, um direito, um dever, segue-se a fase do voto como produto
de consumo. O primeiro passo implicava a passagem da Comissão
Nacional de Eleições a Sociedade Nacional de Eleições
SA (maioritariamente de capitais públicos e com os partidos como
accionistas minoritários) e passaria a controlar todo o processo,
cobrando uma percentagem sobre todas as transações. Cada
cidadão em idade de votar tinha o poder de vender o seu voto
ao partido que bem entendesse por diversas formas, em qualquer altura
do prazo pré-eleitoral, e pelo valor que quizesse. Os partidos
deixariam de gastar rios de dinheiro em propaganda que só faz
enriquecer alguns (normalmente em circuito fechado) e o dinheiro serviria
para a compra dos votos (valor livre de impostos), havendo assim uma
redistribuição da riqueza pelos contribuintes que financiam
os partidos via orçamento do estado (por via dos impostos). Os
votos poderiam ter um preço mínimo simbólico (para
os de fortes convicções, isto é aqueles que terão
contrapartidas caso o seu partido vença) até valores elevados
para os completamento cépticos. Poderia haver leilões,
vendas "last minute", bolsa de valorização,
grossistas, revenda, enfim aplicar todas as regras do mercado. E caso
isto fosse um artigo para a Visão, teria mais uma boas linhas
de devaneio. Mas por aqui me fico, pois ainda me colocam vídeo
vigilância no escritório (para minha segurança,
claro !). Comentários |
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