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8
Janeiro 2009
Comentário
da Semana "A crise que veio do frio"
José Pedro Calheiros
Atribuída
ao lendário Esopo, o Grego, e recriada por Jean de La Fontaine
a fábula da Cigarra e da Formiga é magistralmente
reescrita por Bocage no século XVIII. Certo é que
o frio que me refiro no título deste comentário não
é o real frio que de vez em quando assola o nosso país.
Em relação a esse, eu acho que é devido ao
aquecimento global, o que sendo um paradoxo, ajuda os defensores
de um certo status catastrofista. O frio de onde veio a crise tem
a ver com uma certa arquitectura de sociedade, que idealizada por
alguns de fraca visão, mas de enorme ganância, criou
uma cortina de gelo em todas as relações interpessoais,
pondo o frio valor do dinheiro como forma pessoal de poder. |
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Mas o dinheiro
é uma forma democrática e respeitada de distribuir riqueza
e esta tem a ver com o aumento do estado de felicidade das pessoas (veja-se
o exemplo do Bhutão). Hoje temos em Portugal banqueiros na prisão
e outros indiciados. Temos políticos não respeitados e não
credíveis. Há muitos ricos que passaram a menos ricos e
ricos virtuais que passaram a ricos banais e até, muitos, que de
ricos passaram a pobres, pois alteraram drasticamente o seu estatuto social
regular. Mas a sabedoria das "formigas" face às cantorias
das "cigarras" não tem a ver com os extractos bancários,
ou dinheiro debaixo do colchão ou os investimentos pessoais e empresariais.
Tem a ver sim com a dita sabedoria da poupança. Com o amealhar
do "Verão" para o frio do "Inverno", que tal
como as reais estações do ano são ciclicamente inevitáveis.
Os ricos sábios continuarão ricos, os menos-ricos sábios
estarão mais ricos que os menos-ricos estarolas e, finalmente,
os pobres sábios começam a distanciar-se dos pobres que
se armaram em ricos, embora apenas eles próprios tenham julgado
isso. Para 2009 haverá mais desemprego, dinheiro mais barato, combustíveis
mais baratos, comida mais barata, mais contenção nas despesas
e portanto mais disponibilidade financeira para quem tiver trabalho. Obviamente
haverá aumento de impostos (talvez não em 2009 por causa
das eleições, mas será em 2010) para nos mantermos
solidários entre quem tem emprego e quem não tem. Mas uma
verdade fica clara, por muito tempo acabam-se as "cantorias de cigarra"
e o "formigueiro" tem mesmo de trabalhar. Antes assim.
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