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O Comentário da Semana por José
Pedro Calheiros |
15
Outubro 2009
O rastilho da paz
No
final do século XIX, o cientista Alfred Nobel conseguiu
estabilizar a nitroglicerina e concebeu um explosivo mais
seguro e útil que denominou dinamite. Ao longo da sua
vida dedicou-se quase em exclusivo à investigação
tendo criado muitas mais coisas, tal como a borracha sintética,
que se mostraram extremamente úteis ao desenvolvimento
da sociedade do século XX. Infelizmente a sociedade
do século passado utilizou muitas dessas invenções
com fins nada pacíficos. Mas na vida de Alfred Nobel
houve uma amiga especial, que acreditava em pleno nas soluções
pacíficas e talvez tenha sido uma influência
decisiva para a criação da Fundação
Alfred Nobel que a partir do início do século
XX passou a galardoar quem mais de destacou na Física,
Química, Medicina, Literatura e Paz Mundial. |
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Só
em 1969 apareceu o da Economia, financiado pelo Banco da Suécia.
Soubemos, há pouco, os prémios deste ano e para surpresa
de muitos, incluindo o premiado, foi o Presidente dos Estados Unidos
o galardoado com o Prémio da Paz. Ele que afirmou que ainda
nada fez para a paz. Mas Alfred Nobel era um cientista. Acreditava
portanto que era preciso confiar, arriscar, acreditar, acompanhar
e não ter medo de poder falhar. O presidente Obama poderá
ser, contra a vontade de alguns, o rastilho da paz. Uma alternativa
ao caos instalado, um pacificador. As suas competências e decisões
irão mostrar isso. O prémio é a ignição
desse rastilho. Cabe a cada um de nós acreditar e manter viva
essa chama.
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