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O Comentário da Semana por José
Pedro Calheiros |
4
Junho 2010
Eu não sopro na vuvuzela
Até
acho graça aquela cornetinha, que felizmente para os
nossos ouvidos, não é lá muito fácil
de soprar. Mas o que importa mesmo é que temos liberdade
para soprar ou para não soprar. Eu sou dos que não
sopram. Também já fui dos que não pôs
bandeiras nas janelas. E sou daqueles que vai dar por bem
empregue o tempo em que não vai ver os jogos de futebol
do torneio da África do Sul. Bem, verei as notícias,
pois cá para mim toda aquela mediatização
em cima do barril de pólvora não vai acabar
bem. Neste aspecto, desejo efectivamente que esteja enganado.
Pode-se gostar muito do futebol, mas também pode-se
não gostar. E pode-se não gostar do muito dinheiro,
de todos nós, que é gasto e que resulta em receitas
para alguns. Mas isto pode ser demagogia, aceito a crítica.
Eu não gosto do muito dinheiro e da inutilidade dos
estádios construídos, mas isto já não
é mentira.
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Não gosto que se fechem escolas, que parem obras nacionais,
que não se paguem horas extraordinárias aos médicos
do serviço público de saúde, mas avance-se para
uma candidatura de mais loucuras futebolísticas.Não
gosto que chamem selecção portuguesa, a uma equipa onde
há portugueses por despacho administrativo. Não gosto
da anestesia social criada pelo ópio da modalidade e dos seus
casos. Não gosto que os apitos afinal não tenham sido
dourados. Não gosto do tempo que gastam os canais de televisão
com tudo isso. Mas há muita gente que gosta. E para esses um
grande sopro de vuvuzela. Assim ficarão com enorme sorriso
e anestesiarão por mais algum, pouco, tempo as dores que se
farão sentir. Uma vuvuzela para todos os portugueses, mesmo
os por despacho. Para todos não ! Há uma pequena aldeia
social que não sopra na vuvuzela.
Comentários
6 Junho 2010 - Fernando W.
É bom lavar os neurónios nos "Comentário
da Semana" que maioritariamente subscrevo na íntegra.
E este é um dos tais. A campanha de propaganda veiculada pelos
media portugueses exacerbando a estrumeira denominada mundo do futebol,
lembra aqueles países em que a fotografia do dirigente/protector
é omnipresente. Há que falar claro. Portugal vive numa
ditadura travestida de democracia. Até quando ?
4 Junho 2010 - Pedro Bernardo
É com muito gosto que Vos transmito esta reflexão do
José Pedro Calheiros, meu colega de curso (em Eng. de Minas,
turma de 1986), o qual nunca exerceu esta profissão que me
tira quase todo o tempo, mas antes se dedicou a criar-nos oportunidades
de conhecer o mundo que nos rodeia (via a sua empresa SAL) e a transmitir-nos
ideias que lhe vão na mente, nomeadamente através de
uns comentários que publica sistematicamente na newsletter
da sua empresa (ver email apenso). Cada vez que recebo uma destas
newsletter’s vou direitinho ao comentário da semana e
desta vez não resisti a partilha-lho convosco, pois, como aliás
é habitual, não me podia identificar mais com ele…
se gostarem (“de viver nessa pequena aldeia social”) assinem
a newsletter dele…
4
Junho 2010 - Fernando C.
Mais uma vez ... obrigado por este oásis! Este oásis
que felizmente continuas a criar, que não anestesia mas desperta,
não aprisiona mas liberta ... Sem vuvuzela mas com sonoridade
melodiosa para aqueles que acreditam no espírito crítico
(construtivo, evolutivo e dignificante), eu também sopro
no clarim da liberdade de expressão, da opinião contraditória,
na possibilidade do debate e no crescimento inerente à argumentação.
Em tudo isto acredito! Contudo, ... também gosto de football,
vou ver jogos do Mundial, vou torcer pela equipa que nos representa
... mas não sopro na vuvuzela.
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