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O Comentário da Semana por José
Pedro Calheiros |
7
Janeiro 2011
As
Bancárias
Sim,
a designação tem o género certo, não
indo eu falar sobre a classe profissional no seu todo, definida
como sempre no género masculino. Vou mesmo falar das
moçoilas que aviam atrás do balcão e
das secretárias e por vezes numas coisas altas tipo
lata gigante de red bull situada no meio de nada e com umas
prateleiras de vidro saídas. Eu não vou muito
a bancos. Acho um tipo de loja deprimente e normalmente mal
frequentada, onde praticamente todos sofrem. Os bancos são
assim como as urgências de um hospital, mas sem a esperança
de cura. Talvez por isso se chame “banco” às
urgências do hospital. Mas voltemos ao que interessa.
Outro dia tive mesmo de ir ao um banco e esperei um bom bocado,
podendo praticar a atividade lúdica de observação
de bancárias. O jogo é fácil e pode ser
jogado por qualquer um. Trata-se de olhar para a bancária
e tentar perceber se é ou não uma mulher bonita,
isto porque alguém considerou que para exercer esta
profissão elas têm de vestir umas roupas horrorosas
e deprimentes, sendo rei da festa o fato calça-casaco
de cores baças, por vezes com uma risquinha. |
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As cores das roupas são tristes, os cabelos resumem-se a discretos
rabos de cavalo, penteados lisos e escorridos ou encaracolados discretos.
Lá se vê um fininho fio de ouro com uma medalhinha e
uns brinquinhos de pérolas. Experimentem olhar para os sapatos,
esse ex-libris da afirmação da moda feminina –
até vão tremer. E os semblantes dizem isso mesmo, procurando
garantir a serenidade e delicadeza imposta pelos manuais de formação
bancária, obviamente escritos por homens. Seria muito mais
agradável ir a um banco onde as raparigas vestissem fabulosas
blusas, tshirts do Hard Rock Cafe, sandálias e botas da moda,
maquilhagens arrojadas e excelentes brincos e colares. Quanto aos
decotes e altura das saias, ficaria ao gosto de cada uma. Acreditem
que os serviços bancários passariam a ter mais sucesso.
E todos seríamos mais felizes.
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