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Janeiro 2011
Comentários 18 Fevereiro 2011 - João C. De facto, esta é a geração que Portugal criou e que os seus governantes e instituições ajudaram a criar, como resultado de anos de abundância, do crédito fácil, do facilitismo e do culto da desresponsabilização. É fácil "escutar" os pensamentos de muitos cidadãos: "Eu sou Português, vivi oprimido durante décadas, agora que temos abundância tenho o direiro... a melhor remuneração, ao incremento do conforto, a uma casa nova, a uma vida social intensa, a deslocar-me num automóvel novo e pleno de funcionalidades e excentricidades,... tenho direito... porque sim. Contribui para tal, sou produtivo o suficiente para que este retorno seja lógico e ajustado.??? Isso agora não interessa, pois todos temos direito a melhorar". Sem dúvida, mas temos que fazer pela vida, todos, enquanto País, enquanto Nação. Temos que "semear para mais tarde colher". O quê? Tudos. O lucros resultam do investimento, do esforço e do empenhamento, do valor acrescentado que foi gerado por cada factor produtivo adicionado ao produto ou serviço criado. É necessário continuar a criar valor e não a adicionar custos sem sentido. Estes fazem parte da equação, mas não podem ser o resultado final. A história revela-nos que Portugal nunca soube conviver com o excesso e a abundância, pois facilmente surgem as perversões, o oportunismos e os parasitas. A história ensina-nos, mas não aprendemos. Houve melhorias significativas em muito, mas não foi suficiente. A culpa ... não é A, ou B, ... é de todos nós e é por todos nós que passa a solução. Estamos no país dos direitos, mas .... não nos podemos esquecer das responsabilidades. A responsabilidade de cada um enquanto pessoa, pai, filho, cidadão, contribuinte, trabalhador, ... enquanto homem, mulher, enfim... enquanto seres humanos pensantes e responsáveis pelas nossas acções e escolhas. Somos o que escolhermos ser. Ser Deolinda ... é apenas mais uma opção. 18 Fevereiro 2011 - Fernando C. Não tenho nenhuma Linda ou Deolinda lá em casa. Não tenho luxos, nem gozo férias todos os anos em destinos paradisíacos para me lembrar mensalmente no extracto do cartão de crédito, não tenho a ambição do ter (até parece mentira), mas do ser (é verdade, eu sou mesmo assim), não tenho vergonha de dizer não posso, ou não quero. Sou filho da D. Lolita (apelido carinhoso de solteira), uma modista de Setúbal, mãe estremosa, nada ambiciosa, humilde mas profissional, esforçada e dedicada a uma honra que nunca perdeu. A Mãe teve dois filhos, e eu tive o meu melhor Amigo. A família era unida, havia pouco ... mas havia, não pedia ... mas sonhava, não queria porque não adiantava. Cresci e hoje sou assim, "poucochinho", muito caseiro, virado para o convívio com os amigos ... mas em casa, frequento restaurantes q.b., a minha mulher até sabe cozinhar, e o abraço de quem vai lá a casa é caloroso e sabe sempre bem. Não faço fretes! Contento-me em ter pouco ... basta-me a mulher, os filhos e os amigos ... o meu carro tem cinco anos! E porque agora tinha discurso para várias páginas e este texto não trata as minhas memórias remato com o seguinte: Deolinda, Linda, Lolita ... e outros que tais somos todos portugueses de Portugal, aquele que já nos deu, que nos pede e que precisa nós. E nós ... ainda precisamos dele? Eu, porque estou habituado ... continuo a Ser e a Sonhar!
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