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Social |
9
Maio 2008
Jornal
PUBLITURIS
Entrevista a José Pedro Calheiros
por Patrícia
Neves |
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José
Pedro Calheiros
fala da empresa de que
é responsável - a SAL - e comenta
o "estado" do turismo activo em Portugal. criticando
que esta não é uma actividade em expansão
pela falta de interesse estratégico da tutela do turismo. |
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Com
que intuito foi criada a SAL? E quando foi criada?
A SAL é uma empresa de animação turística
criada oficialmente a 1 de Abril 1996. Parece mentira, mas em meados
dos anos 90, o mundo do turismo não dava muita importância
ao sector da "animação turística" em
Portugal. Nem sequer havia esta designação, assumindo-se
a SAL como um "operador de lazer activo", especializado
em motivação e animação turística
preferencialmente em ambientes de natureza e de forte interesse cultural
e patrimonial.
A vossa actividade é desenvolvida em que áreas
do País?
Trabalhamos em todo o Portugal e, até agora, exclusivamente
no nosso país. Se numa primeira fase foi primordial a região
onde a empresa tem sede, na Península de Setúbal, hoje
temos no nosso histórico programas desde Monção
a Tavira. Continuam, no entanto, a ser as Regiões da Península
de Setúbal, Alentejo e Lisboa, as mais procuradas pelos nossos
mercados.
Que tipo de actividades proporcionam aos clientes?
Os Passeios Pedestres são a actividade central da SAL, com
todas as suas variantes como passeios guiados, em Natureza ou em Cidade,
em autonomia, de orientação, de aventura ou de equipa.
Mas são outros os campos de actuação, havendo
os Cruzeiros SAL, em barcos tradicionais no Estuário do Sado,
as jornadas de motivação, os eventos de teambuilding
e a organização integral de eventos de pequena a grande
dimensão, assumindo-se a SAL como um promotor privilegiado
na área MICE.
Qual o cliente-tipo da SAL?
Temos uma dinâmica muito forte de trabalho junto do cliente
final e sabemos bem o perfil dos nossos clientes por um sistema de
inquérito estatístico regular. Os nossos clientes individuais
são principalmente pessoas oriundas da região de Lisboa
e Península de Setúbal, de formação académica
superior e com actividades profissionais pouco exigente fisicamente.
Situam-se no escalão etário dos 30 aos 55 anos e são
predominantemente mulheres. Em relação aos grupos são
principalmente provenientes de médias e grandes empresas, sediadas
em Portugal, que organizam actividades de um a três dias, para
grupos de 40 a 300 pessoas.
Em termos de peso percentual qual a fatia que o mercado internacional
detém? E quais os principais países de origem?
Tem sido crescente a adesão dos mercados internacionais
nos programas da SAL, significando no entanto um pequena quota de
9% do valor total. Esta adesão tem-se verificado pelo crescente
esforço da SAL na promoção junto dos operadores
turísticos e agências de viagem nacionais e directamente
junto de novos parceiros internacionais, razão pela qual somos
membros da Agência de Promoção Turismo do Alentejo.
Os maiores adeptos dos programa SAL, a nível internacional,
são os Alemães, Holandeses e Ingleses.
De que forma divulgam a vossa oferta? Trabalham com operadores
turísticos?
No estudo de preparação do projecto de empresa verificamos
que através dos operadores turísticos sediados em Portugal
não seria possível atingir os nossos mercados alvo,
pelo que desde o início apostamos no direccionamento da nossa
comunicação para o cliente final. Com esta estratégia,
suportada por formatos tradicionais em papel e, desde 1998, numa plataforma
internet com website e gestão de mail-lists, conseguimos não
só fidelizar uma base alargada de clientes como posteriormente
chegar ao trade que constatou o nosso sucesso e, a pouco e pouco,
tem vindo a aproximar-se comercialmente da SAL.
Qual o canal mais comum através do qual os clientes
chegam até vós?
Directamente através da nossa webpage em www.sal.pt ou pelos
canais tradicionais de contacto por telefone do escritório
ou pelo call center 24 horas. Está provado que a melhor forma
de divulgação que a SAL tem é o passa-palavra
a partir daqueles que já participaram nos nossos eventos.
Que novidades têm preparadas para este ano?
Para a SAL, como na generalidade do mundo do turismo, as novidades
aparecerão a partir de Setembro com uma nova dinâmica
na oferta de Passeios Pedestres, com aumento de 50% na oferta actual
regular, com uma programação mais completa ao nível
das experiências para individuais e pequenos grupos e com novas
propostas de destinos e de motivações para o mercado
dos incentivos. Será, no entanto, no primeiro semestre de 2009
que a SAL apresentará em Portugal uma actividade perfeitamente
inovadora completamente pensada e desenvolvida em Portugal, mas que
por enquanto é prematuro anunciar.
Quais as vantagens de Portugal para o desenvolvimento do
turismo activo?
Portugal é um país com uma diversidade enorme de locais
para o Turismo Activo e com um excelente clima, de longos períodos
amenos e de pouco períodos extremos de frio/chuva ou de calor.
A par disso está já instalada uma rede de empresas especializadas
de grande qualidade, com um estatuto e um enquadramento legal específico,
com uma associação empresarial dinâmica e atenta
que á APECATE e apresentando uma boa relação
com os restantes agentes do turismo.
Consideram que o turismo activo é uma actividade em
expansão no País? Porquê?
Infelizmente não é, principalmente pelo falta de interesse
estratégico da tutela do turismo. Actualmente em Portugal só
são considerados projectos prioritários as iniciativas
turísticas do próprio estado ou de privados que tenham
mais de seis zeros à esquerda da vírgula e que tenham
associado a si projectos imobiliários e de construção.
Fica assim de fora a rede pulverizada de projectos de média,
pequena e micro dimensão que asseguram o dia a dia do turismo
em Portugal, que garantem milhares de postos de trabalho reais, centenas
de empresas e muitos milhões de euros de criação
de riqueza. Uma enorma diferença caracteriza estas duas realidades:
o turismo activo em portugal é uma realidade hoje, com mercado
e com potencial de crescimento, a funcionar e a facturar; os grandes
projectos são praticamente todos virtuais e baseados em suspeições
e cenários ainda não completamente provados.
Quais as potencialidades que, na vossa opinião, tem
o turismo activo?
Ainda há muito para crescer, mas tem de haver um rigoroso cumprimento
das regras legais e ser assegurado que apenas as empresas licenciadas
poderão actuar dentro das suas actividades específicas,
acabando de vez com a concorrência desleal de autarquias, pseudo-associações
e grupos informais que de informais têm muito pouco. Por outro
lado, há que ir buscar mercados internacionais nicho para esta
actividade específica, e para isto é essencial uma postura
mais activa das empresas e um empenhamento neste processo do Turismo
de Portugal e das Agências Regionais de Promoção.
É essencial que a tutela crie em parceria com as empresas de
animação turística um canal privilegiado de diálogo
e uma linha de incentivos específica para a promoção
internacional de eventos.
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